Policial tenta arrancar máquina (a tiracolo) do jornalista Ederivaldo Benedito (Foto Pedro Augusto).
O jornalista Ederivaldo Benedito ainda continua no Complexo Policial de Itabuna e até há pouco esperava a chegada do delegado plantonista para, então, prestar depoimento e ser liberado. Benedito foi preso por se recursar a deletar fotos de uma abordagem policial a dois jovens no circuito da 8ª Parada Gay.
Imagens captadas pelo fotógrafo profissional Pedro Augusto – às quais o PIMENTA teve acesso – mostram o exato momento em que os policias liberam os jovens e partem para cima do jornalista. “Apaga”, esta foi a ordem dada pelo policial que comandava o pelotão.
Benedito estava fotografando a abordagem a uma distância de aproximadamente cinco metros, quando foi interpelado. O repórter se negou, inicialmente, a apagar as fotos. E os policiais exigiram que Benedito entregasse o equipamento fotográfico, e o jornalista novamente se recusou.
Policiais teriam detido o jornalista por suposta resistência à prisão, fato que ele nega. As imagens mostram que ele se opôs a entregar a máquina fotográfica, que estava a tiracolo. Os PMs o imobilizam e, logo em seguida, algemam Benedito, encaminhando o profissional para a Companhia Independente da PM, no Conceição. O jornalista não resiste à prisão.
Benedito ficou por alguns instantes na companhia, enquanto a polícia mandava uma viatura para encaminhá-lo, no camburão, para o Complexo Policial, por volta das 17h. O PIMENTA não conseguiu ainda ouvir o jornalista para saber se havia alguma imagem comprometedora que justificasse o excesso e abuso de poder dos policiais na operação.
Jornalista é colocado dentro do camburão e permanece algemado mesmo sem resistir à prisão (Foto Pedro Augusto).
OAB QUER PUNIÇÃO RIGOROSA
O PIMENTA ouviu há pouco o presidente da OAB-Itabuna, Andirlei Nascimento, que se encontra no Complexo Policial. Andirlei afirmou que houve excesso dos policiais. “A OAB vai tomar posição e exigir a punição dos policiais envolvidos. A instituição acompanhará todo o desenrolar do inquérito na polícia civil e se possível inquérito militar”, disse ao blog.
Andirlei disse que não é cabível a polícia impedir o trabalho da imprensa. “O repórter estava fotografando. Como pode prender alguém tão somente porque essa pessoa estava fotografando uma abordagem. Então, vamos voltar aos tempos da ditadura”.
Fonte:
http://www.pimenta.blog.br/
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